sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Assembleia pode impor cotas, afirma reitor da UNESP

       Se o projeto de cotas feito pelos reitores de USP, Unesp e Unicamp não for aprovado internamente nas universidades, a Assembleia Legislativa pode impor uma lei com regras diferentes. A avaliação é do reitor da Unesp, Julio Cezar Durigan, que será oficializado no cargo hoje.

O temor dos dirigentes é que os deputados imponham às universidades paulistas modelo semelhante ao aplicado nas federais, onde 50% das vagas serão automaticamente destinadas a alunos de escolas públicas até 2016.

A avaliação dos reitores estaduais paulistas é que o modelo das federais pode prejudicar os cursos, pois estudantes mal preparados podem ocupar as vagas.

Assim, eles apresentaram em dezembro projeto que prevê os mesmos 50% de vagas para alunos de escolas públicas, mas com um preenchimento de forma diferente: parte seria feito com alunos que passariam por curso superior intermediário, semipresencial, de dois anos.

O projeto dos reitores precisa ser aprovado pelos Conselhos Universitários, que em discussões em anos anteriores já rejeitaram estabelecer um percentual fixo para os alunos de escolas públicas.

Uma das razões para os reitores fazerem a proposta, diz Durigan, foi o fato de haver a informação de que a Assembleia se movimentava para aprovar lei como a federal.

Durigan, 58, agrônomo, exerce o cargo desde 2011, quando o então titular, Herman Voorwald, deixou o posto para ser secretário estadual de Educação. Ano passado, Durigan venceu a nova eleição. (FÁBIO TAKAHASHI)

       Cotas

Nossa preocupação é que vire uma lei que seja frontalmente contrária ao que defendemos. Os Conselhos Universitários terão de decidir, e rapidamente. Porque pode ser pior. Por que não olhar para o social com qualidade? A discussão pesada vai ser em relação ao PPI [benefício extra a pretos, pardos e indígenas]. Muita gente é contra, mas outros defendem.

Graduação

Precisamos mudar a forma de ensinar. O aluno hoje não aguenta 40 minutos de aula. É a geração dele. O que precisamos é disponibilizar o conteúdo antes. E podemos até acabar com as aulas. O ensino pode ser feito por meio de um problema posto pelo professor, e os alunos terão de pesquisar as soluções.

Orçamento

Espero que 2013 seja melhor que 2012. A arrecadação do Estado [que baliza as verbas para as universidades] ficou abaixo do esperado. Tivemos de usar R$ 50 milhões das reservas [sobraram ainda R$ 250 milhões]. Para 2013, estão previstos R$ 2 bilhões. Se vier isso, está ótimo. Se ficar abaixo, teremos de usar mais reservas ou decidir se devemos fazer cortes.

Internacionalização

O normal é um professor conversar com um colega de universidade do exterior, eles acertarem a vinda de um estudante, a ida de outro. Uma interação interessante, mas pessoal. Precisa virar um programa institucional, com logística, metas e ações. Para isso, vamos gastar, em 2013, R$ 7,5 milhões para mandarmos alunos para o exterior, para recebermos estrangeiros e termos uma estrutura para a área. Também teremos 60 disciplinas de pós-graduação em inglês. Conseguiremos atrair um alemão, um chinês. Depois, ele vira nosso embaixador.

Construções

As novas obras terão itens de sustentabilidade, como uso de energia solar. A universidade deve dar o exemplo.


FONTE – FOLHA DE SP – 11/O1/2013

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